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   Vigiando Baleias (Whale-watching)

 

Antigamente, um antigamente não muito arredado, os picoenses tinham espalhados por diversos montes e colinas, frente ao oceano, diversas casinhas onde se recolhiam os homens encarregados de vigiar as baleias que passavam ao largo. Quando, no horizonte, os esguichos dos animais marinhos eram descobertos, esses Vigias, adestrados na identificação das diversas espécies marinhas, procuravam descobrir os dos cachalotes, vulgarmente conhecidos por baleias, para dar o sinal de “Baleia à vista”.

Logo que isso acontecia, em terra era o alvoroço, não apenas dos baleeiros e famílias, mas também daqueles que nada tinham com a actividade, a não ser o prazer de, com binóculos de alta potência, ou da “vigia” ou das próprias torres das suas habitações, perscrutavam o horizonte e assistiam, cá de longe, às manobras e ao arpoar das baleias.

Mas esse tempo passou.  As entidades internacionais proibiram a caça do cachalote, alegando que, a continuar a actividade, a espécie desapareceria em poucos anos. A última baleia foi caçada nas Lajes do Pico em Novembro de 1987, são decorridos, portanto, quase vinte e dois anos.

O vigia Manuel António Gonçalves observando o mar

Tudo ficou parado. Os baleeiros em terra, olhando o mar, numa expressão saudosa que jamais os deixou. As baleias começaram a aproximar-se da costa, devorando os cardumes de peixe que encontravam na sua frente, como foi o caso do chicharro que quase desapareceu dos “limpos”, provocando a carestia que então passou a existir nestas terras, outrora abundantes daquela espécie piscícola.

Entretanto,  dois anos decorridos após a  proibição da caça ao cachalote, proibição que não foi pacífica para os baleeiros lajenses...  chega às Lajes  o armador francês Sérgio Viallelle  com o propósito de instalar uma armação para levar os interessados a ver baleias e golfinhos nestes mares . Estávamos em 1989. Dois anos após, em 1991, surge a empresa “Espaço Talassa”  com embarcações ligeiras para ir mar fora ao encontro dos cardumes que por aqui passavam. E os visitantes principiaram  a aparecer por aí, no início franceses e depois, de diversas nacionalidades, incluindo a portuguesa.

E a actividade não mais cessou. Outros armadores foram aparecendo e hoje tornou-se numa actividade próspera e deveras interessante. Os interessados agora aguardam o sinal dos vigias que voltaram a instalar-se nos antigos locais.

E hoje tudo interessa: baleias de diversas espécies, parece que aí andam cerca de vinte espécies, e golfinhos ou, como antigamente eram conhecidos, por moleiros e toninhas. Afinal uma actividade turística que não ficou pelas Lajes mas se pratica em todas as ilhas, com grande sucesso, muito embora, até agora, a baía das Lajes seja considerada o “santuário das Baleias”, tal a quantidade desses animais marinhos que por aí se “passeiam” com calma e em segurança...

Quando esta nota rabisco, dão-me a notícia de ter chegado a esta vila e embarcado num dos barcos especializados, para ir ao encontro das baleias, o Ministro das Finanças de Portugal, Doutor Teixeira  dos Santos. E quantas mais entidades oficiais por aí têm passado para viajarem até ao alto mar nas embarcações do “whale-watching” !

Bem-vindos sejam !

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